sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

e-book: "Obsessão"

Está disponível na Amazon, o e-book "Obsessão".

Sinopse:
Conto de ficção sobre um homem que devido a seus excessos com álcool perde aos poucos sua identidade, sua empresa e sua família. Se destruindo cada dia mais, não consegue largar o vício e então, uma estranha entidade aparece.


"Obsessão" na Amazon
Preço: R$ 1,99


Obs.: Se você não possui o aparelho Kindle, você pode baixar o aplicativo
para seu smartphone, PC ou Tablet:

Baixar Aplicativo Kindle

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

"Esquisito"

     Sim, sou estranho...
     Mas não do jeito que possa pensar.
     Aquele cara que de uma hora para outra possa mudar seu jeito de ser com você...
     Isso não vai acontecer.
     Preservar, reestabelecer alguns critérios mentais para se tornar uma pessoa melhor para ti, sim!
     Talvez eu não procure a pessoa ideal, ela que me encontrará, mas também, posso encontrar. Mas não depende de mim, sou um ser... Um ser diferente talvez... Um que encontrará uma pessoa “evoluída” o bastante para tolerar loucuras entre outras coisas.
     Bipolar ismo, parece coisa do século passado, já. Uma pessoa pode ser quem quiser, se ela ao menos estudar uma pessoa a fundo, pode-se adquirir sua personalidade, e por aí, vai. Ver os comportamentos, ver os olhares, ouvir as falas... fazem com que o observador, absorva.
     Meu trabalho é me perder em meus próprios pensamentos. Mas sempre preciso que alguém me acorde, para o que está acontecendo, e principalmente, para o seu pensamento. Saber que quando estou em um estado “outerworld”, terá sempre alguém para me trazer de volta, é essa a diferença.
     Sou estranho, sim... mas enfim...
     Vivo em um mundo de fábulas, ou não. Vivo em um mundo muito mais complexo do que possa imaginar (até também, eu entender). É complicado.
     Não poderei um dia lhe dizer isso em palavras, é impossível (a frase anterior lhe disse).
     Mas eu estarei por perto, mesmo que distante. Estarei esquisito, mesmo que eu possa ser um ser mais racional possível. Mas equilibrar as duas coisas...
     É imperfeito!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

"Interior"


       “Às vezes, é bom estar sozinho... (Digo, que parece que tem sempre olhando para mim o tempo todo). É uma sensação de liberdade ou talvez de “liberdade”. Passar o dia inteiro livre de pensamentos que só vem para me destruir ou quem sabe, novamente, libertar...
      Gosto dessa sensação. Me sinto humano novamente.
      É para o que luto, é para o que vivo... ou sobrevivo.
      Essa tal sensação de “liberdade” mostra quem realmente sou, e não o que pensam ou tentam descobrir em suas mentes doentias aquilo que está na minha mente (ou coração).
      Sou isso, não sou ninguém. Mas não sou aquilo que desejar que eu seja.
      Se quiser me destruir, vou me defender, e se quiser me ajudar, no estado que estamos, vou desconfiar até me fazerem acreditar naquilo que impõe...
      Não sou ninguém, apenas quero viver minha vida, enquanto respiro O² para continuar a viver (se bem que evito isso porque o oxigênio envelhece)... É a vida que tenho, e nada, nem ninguém pode tirar isso... ou talvez uma morte trágica prematura... Quem sabe...?"


       "Sei que amo, odeio, me sinto feliz, me sinto triste, sinto raiva e angústia... Mas enfim, sou aquilo que o nosso mundo nos oferece: meios e outros muitos meios de difundir uma palavra, um sentimento (que ninguém nunca sequer ouvirá), um misto de vivência com acontecimentos que fazem eu me sentir deslocado de tudo e de todos...
      Mas acredito que há sempre alguém como eu (ou não), que me entenderá, me desafiará para certas coisas que posso não estar preparado ainda... ou viverei no meu “casulo” tentando incansavelmente atingir minha meta estabelecida há anos... Mas mesmo que essa pessoa não consiga, algo tenho que mudar... algo não... sempre tenho que mudar, me readaptar nesse mundo que muitas vezes penso que é doentio (ou não, vai saber?).
      Tenho minha própria visão. Vejo que meu processo pode ser mais lento que os dos demais, mas... eu sou eu, e você... é você.
Quem se atreve a mudar isso?"

     "Nossas mentes..."

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Selecionado na Antologia: Post Mortem


Esta seleção significou muito para mim, apesar de ter uma "queda" para histórias policiais, ainda não tive muita coisa elaborada com esse tema, mas...!
Nesta Antologia, fui selecionado com o conto:
"Belchior"


Ainda não há uma capa e nem data de previsão divulgadas, mas se quiserem mais informações só visitar a página desse Selo da Multifoco Editora:
Anthology Editora

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

"Laço Eterno"


– Por que fui me apaixonar por ela?
– Nós dissemos que não podia, mas, mesmo assim, foi contra nossas sugestões...
– Sim, eu acredito que estejam errados.
– Sim, estávamos...
– Então, o que isso significa?


Longa pausa que demorou alguns dias até retomar a conversa:
– Vejo que é ela!
– Mas consegue explicar?
– Ainda não...


– A cada dia me apaixono mais... Por quê?
Breve pausa.
– Dormiram juntos, não dormiram? Com mãos entrelaçadas...
– Sim...
Suspiro.
– Criaram um laço eterno, sabe o que isso quer dizer?
– O que o próprio nome já diz, mas será que será isso mesmo?
– O que acha que quer dizer?
– Realmente não sei...
– Apenas espere... e verás.

sábado, 17 de agosto de 2013

Selecionado para Antologias: Sinistro! 3 e Solarium 3

É com imenso prazer que comunico que fui selecionado para essas duas antologias organizadas por Frodo Oliveira e Heloisa Johansson pela Multifoco Editora!

Participarei com os contos:
O Senhor das Almas (Sinistro! 3)
O Fim de um dos Mundos (Solarium 3)


E claro, não estou sozinho neles, ótimos outros autores participarão também.



"Sinistro!3" (Terror) tem data prevista de lançamento para 11/10/2013.
E "Solarium 3" (Ficção Científica) para 16/11/2013.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

"Eu, Anti-herói?"


    Se eu fosse um herói, não... não vou começar assim... Não poderia ser, heróis não fumam ou bebem. Alguns bebem (aquela coisa de viver uma vida dupla, etc...), divididos em proteger sua reputação ou a pessoa que ama. Seria um anti-herói? Talvez. Aquele cara que foi treinado para fazer o bem e proteger as pessoas, mas de quem? De si mesmos? Também, também...
    Mas que por algum motivo a confiança se perdeu, e agora vejo aqueles que me treinaram como mentirosos e enganadores, fazendo-me acreditar, que por tudo aquilo que lutei, foi perda de tempo e um simples divertimento para eles...
    Viveria à margem de uma sociedade doente, mas quem ficou doente fui eu.
    Aceitaria o status de anti-herói e viveria com isso, ou tentaria me tornar aquilo para o que fui treinado? A verdade um dia apareceu, e então? Devo me revoltar quanto aos meus mentores e atacá-los com todo o poder que possuo? Foi o que fiz... e não me puniram por isso, pelo contrário.
    Não sei mais o que pensam sobre mim, só sei que quando me dirigem a voz, todo aquele treinamento deturpado, que achavam que era certo, volta à minha cabeça, e vejo que não funcionou (um erro que perceberam por si mesmos).
    Agora quem tem que viver com essas questões e dúvidas são eles. Continuarei com meus cigarros e minhas bebidas (não vejo nada de errado nisso).
    Anti-heróis vivem mais solitariamente que os próprios ditos heróis. Mas isso foi a base do treinamento também, viver sozinho, não gerar vínculos, não ter uma vida... Mas não quero mais isso, e isso os incomoda.
    “Mais uma coisa que fazia por conta própria antes disso tudo...”, desabafo comigo mesmo.
    Mas isso não existe mais, posso ter ido para o “Lado Negro da Força”, como diz um velho filme, mas até os vilões têm coração, assim como o próprio pai do rapaz desse mesmo filme virou do bem no final...
    O anti-herói nunca é do mal, mas sim, um revoltado. Todo o poder que ele possui vai se canalizar naquilo que ele acredita em seu coração, e não no que mentores impuseram ou quiseram fazê-lo acreditar, mesmo que ele esteja errado.
    Seja um simbionte que dominou sua mente, ou uma ideia implantada em sua cabeça.
    Não acredito em nada disso, e se meus erros me levarem a um trágico final, assim vai ser.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

"À Espera"




    Tinha certeza de que era um sábado à noite. Tudo estava calmo, eu e Priscila havíamos acabado de sair do cinema. Levei-a até a rodoviária e esperei até ela pegar o ônibus. Nada demais.
    Ela tinha uma entrevista com um jornal de uma grande cidade, seria o ápice jamais sonhado de sua carreira profissional, e eu, como bom marido, nada mais podia fazer que apoiá-la. Triste e ao mesmo tempo feliz, nos despedimos, querendo ou não, ela ficaria duas semanas fora, o que seria um tormento para mim... A amo demais... Nada havia nos separado desde então.
    No dia seguinte, o meu celular tocou, era ela, dizendo que foi efetivada depois de três dias de entrevistas e treinamentos. Não pude ficar triste por isso, mas não fiquei feliz, queria que nossas vidas continuassem a mesma, mesmo com o pouco que tínhamos.
    Mas voltaríamos a nos ver. Ela pegou o ônibus de volta para passar o fim de semana, e claro, fui buscá-la na rodoviária. Foi quando, embriagado (era a única coisa que não me fazia pensar tanto nela), bati o carro contra uma caminhonete em alta velocidade. É só o que lembro até então.

    Acordei, não sabia ao certo que dia era, sei que acordei no nosso quarto. Sentia que tinha algo a fazer, mas não sabia o quê.
    Foi então que, ao checar o celular, havia uma mensagem de voz de Priscila, que dizia: me busque na estação às 9h30, estou com muitas saudades!
    Olhei para o relógio, eram ainda 7h da manhã.
    “Não aguento, preciso vê-la...”, pensava comigo mesmo.
    Tentei fazer todos os meus afazeres diurnos, tomar café, ligar o noticiário checando o trânsito, mas não conseguia me concentrar, algo parecia estar diferente.

    Foi então que com um pouco de ansiedade, o relógio marcou 9h, era hora de sair... Apressado e atrasado corri ao encontro de minha esposa. Cheguei na estação rodoviária às   9h15, “Ótimo! Estou adiantado”.
    Saí do carro e sentei em um dos bancos de espera.
    As pessoas não pareciam mais as mesmas, pareciam dispersas em um modo alternativo, não sei, talvez possa ser a ressaca de ontem, quem sabe... Ônibus vinham e iam, mas nada de Priscila.
    Eram 9h45, e nada... “Pode ter se atrasado, acontece sempre...”, pensei comigo.
    Tinha um relógio de bolso, herdado de meu pai, um grande homem por assim dizer, meu celular servia também, mas achava que olhar as horas nesse relógio era... digamos mais “sofisticado”, o que não era, ri comigo mesmo ao pensar nisso...
    10h15 e nada do ônibus de Priscila aparecer. Peguei meu celular e liguei para ela, mas não deixava de checar meu relógio. “Rede fora de serviço.”, dizia o celular. Estranho, posso dizer, ou o ônibus tinha uma câmara de pressurização muito potente, ou... odeio pensar nisso: algo pior havia acontecido. Sempre foram comuns acidentes de ônibus acontecerem nessas estradas. Caminhoneiros movidos a estimulantes, uma hora dormem...
    Mas não, tinha que pensar positivamente, não podia ter acontecido. Eram apenas duas horas de viagem de lá até aqui... vou esperar.
    Entrei na rodoviária e pedi um café preto, o mais forte que tinha, expresso. Tomei num gole só, e logo, pedi outro. Voltei então para o banco...

    Nada de Priscila, eram agora 11h, e novamente tentei pelo celular, nada.
    O que me ocorreu era que ela já poderia estar em casa, mas também não, ela iria me ligar se estivesse lá. A cada minuto destravava o teclado do meu celular para checar se havia alguma ligação, rodoviárias normalmente são bem barulhentas...

     Mas nada.

     11h30 e não podia mais esperar. Entrei no carro e fui para casa.
     Ao contrário do que o noticiário dizia, dessa vez peguei um “trânsito do cão”. Ao fim cheguei, 12h00 praticamente, sempre me acostumei a arredondar as horas. Chegando ao terceiro andar, em frente a porta do meu apartamento, peguei minhas chaves, ao tentar abrir a porta, ela simplesmente não virava... “Droga! Que merda, essa chave não abre!”, pestanejei.

     Estava preso fora do meu próprio apartamento.
     Prestando atenção, podia ouvir o tilintar de pratos e movimentos dentro dele, um cantarolar alegre, uma música lenta. Havia alguém lá dentro.
    Novamente, tentei o celular. Não funcionou.
    Desci rapidamente pelo elevador e fui até o porteiro, que mal sentiu minha presença. Nem ao menos quando o chamava, “Sr. Pedro, minha chave não funciona, poderia o favor de...”, mas ele nem se virou, nem ao menos olhou para mim.
    Estranhamente voltei a mim. Levantei as duas mãos e realmente havia algo estranho, eu não parecia como antes, minha mãos estavam levemente transparentes, prestei atenção ao redor, e havia uma névoa levemente distorcida. Até que uma senhora abriu a porta do prédio e me disse:
    – Meu jovem, sinto sua confusão, você se perdeu...
    Me aproximei dessa senhora e perguntei como.
    – Aquilo não foi um sonho, aquele acidente... aconteceu.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

"Perdido no Tempo"

   Perdido no tempo, tempo que não tenho para perder.
   Desesperado na minha mesa, o que vem ao meu pensamento, só você. Pensamentos transformados em cinzas num cinzeiro... Tenho muito a perder, apesar de tentar dizer o contrário a mim mesmo. Não sei mais se vivo ou se ao menos devo viver, sei que muita coisa se perdeu... O nervosismo misturado com a saudade deixa um vazio nessa alma e dá lugar ao desespero...

   Por que vêm me perturbar sempre quando tudo está perdido? No fim do meu mundo...
   E o começo de um novo, ao seu lado, espero...

   Você veio para me trazer dor? Pois trouxe... A dor de esperar por aquele dia que iremos nos encontrar novamente. (São muitas coisas na minha cabeça, mal consigo expressar em palavras o que sinto.) Mas estou aqui, reconstruindo cada tijolo que destruí de quando me sentia abafado por eles, ileso da mundana sociedade, ileso de qualquer obrigação para o mundo. Vivendo no egoísmo, pensando em mim mesmo, mas espere! Penso em mim, para então poder pensar nos outros, então... estou certo ou errado? Não sei.

   Quero ver seu sorriso outra vez, mas não sei dizer se a dor da saudade vai me permitir sorrir novamente... Já sinto saudades de você... Isso dói... muito.
   Não sei se posso suportar, se a ânsia de ter alguém pode superar a dor de estar sozinho, não sei qual é a pior... Deixe viver, deixe rolar...
   Um abraço pode me dizer tudo isso... Se você permitir...

   Continuarei andando pelas ruas, de cabeça baixa, solitário, perdido em incontáveis fragmentos de pensamentos de uma mente imaginária, uma mente impossível de se aprisionar, mesmo que muitos digam o contrário. E se um dia ela se aprisionar, será eu quem fará! Nem que me contorça em contradições e conflitos internos.

   Ainda é cedo... Mas o hoje já começou e começo a contar os dias desde a última vez...   Preciso sorrir e chorar ao seu lado mais uma vez, mas não queremos partir os corações um dos outros sentados em um bar qualquer. Muito menos o seu...

   Não quero que crie falsas esperanças, pois não as tenho. Dia após dia, a única coisa que tenho de ser é um soldado, não um soldado qualquer, mas aquele que luta por si mesmo guiado pelas emoções, não pela razão. A lógica se perdeu, sim, juntando os cacos é que poderei voltar a ela...
   O ato de falar não é em vão, tudo que falei é verdade, por mais incrível que pareça, não penso quando estou ao seu lado... as palavras nem sequer são filtradas pelo cérebro, a lógica se vai, mas só sei que quero estar junto a você e sentir seu toque só mais uma vez...

   Só espero te ver novamente, para ter certeza de que nos veremos de novo...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

"Na Praça"

Esse texto segue a mesma temática que um conto anterior intitulado "No Ônibus".


    Um jovem escritor, magro, cabelos quase longos e barba mau aparada chega em uma praça da cidade, retira sua mochila das costas, a abre e retira um pano ilustrado com dragões e castelos. Volta para sua mochila e mais a fundo, retira um pacote plastificado.
    Pessoas começaram a observar aquela estranha figura, mas não se aproximavam, provavelmente só se perguntavam o por que disso.
    Então, ao abrir o pacote plástico, alguns livros se revelaram. Cuidadosamente arruma seus livros espalhando-os esteticamente no pano. Sentou-se no banco da praça, observava alegremente as pessoas ao longe tentarem ver que livros estava expondo.
    Meia hora se passou, e seu brilho no olhar se ofuscava aos poucos. Foi então que pegou outro livro da mochila, um de bolso para leituras rápidas.
    Ninguém se aproximava. Apenas os que tinham que atravessar próximos ao local que conseguiam ver um pouco do que se tratava o livro.

    O olhar dele voltava a brilhar, mas em vão...

    Longas horas se passaram, e ninguém sequer parou para ver o conteúdo do livro.
    Mas nem tudo se perdera. Uma criança que andava de bicicleta pela praça correu acidentalmente em direção ao rapaz. Freou bruscamente, pediu desculpas a ele, largou sua bicicleta no chão e ajoelhou-se ao pano para ver os livros.
    – Como chama o livro, moço? – perguntou o menino.
    O olhar do jovem escritor começou a lacrimejar de orgulho.
    – O livro se chama... As Aventuras de Menim.
    O garoto pegou um livro, olhou para a capa onde havia um jovem empunhando uma espada contra um mago e saiu correndo com o livro nas mãos, deixando sua bicicleta lá.
    O escritor tentou impedi-lo, mas apenas ficou e observou.
    Logo, ele voltou de mãos dadas com uma jovem que só poderia ser sua mãe. Ela foi de encontro até o escritor e disse:
    – Desculpe, moço... Mas quanto custa esse livro?
    Ele olhou para o garoto que esperava ansiosamente pelo livro, que agora estava nas mãos de sua mãe.
    – São vinte reais... – disse ele.
    A mãe do garoto olhou tristemente para o livro, se agachou para o filho, sussurrou algumas palavras e então o menino apenas relutou:
    – Mas mãe...
    O jovem escritor logo percebeu pela expressão da mãe do garoto que ela não tinha essa quantia em dinheiro e prontamente disse:
    – É um presente... pode ficar... – disse pegando um livro em mãos e dando ao garoto.
    O menino saiu correndo com o livro para o alto, pulando e comemorando o presente, enquanto sua mãe recolhia a bicicleta do chão.
    – Não sei como agradecer – disse ela, voltando ao escritor.
    – Não se preocupe, eu que agradeço. – finalizou.

    Logo depois disso, o jovem escritor recolheu seus livros e partiu para outro lugar, em busca de novos leitores.

terça-feira, 9 de julho de 2013

"Trombetas Mecânicas"


   “Sou um rapaz solitário, moro no alto de uma torre. Fico horas criando estatuetas no recanto que construí ao longo dos anos... onde só desço mais frequentemente para tomar uma boa xícara de café.
   A torre, que há algum tempo era isolada numa planície perto das montanhas, sempre teve a tecnologia presente desde que foi construída. Um lugar solitário, mas para mim, é onde tinha a liberdade de realizar meus pequenos feitos.
   Mas com o avanço, e outras pessoas buscando um lugar mais calmo, isso começou a mudar.
   A cada ano, novas torres surgiam. Com elas mais pessoas dirigindo suas carruagens motorizadas munidas de trombetas mecânicas feitas para produzir sons de alerta (e não musicais como deveriam ser). Com isso, a pequena velha estrada de acesso ao meu refúgio começou a ser também o acesso às outras.
   A pequena planície, agora, cada vez mais populosa e agitada, faziam com que outras pessoas vinham visitar os novos moradores. Deixou-se os bons costumes para trás e passaram a usar frequentemente as trombetas.
   Como as torres começaram a ficar cada vez umas mais próximas das outras, o soar delas ecoavam no mais alto andar da minha, como se fossem direto para meus ouvidos.
   Trombetas que eram usadas para anunciar a vinda de seus condutores (de alguém importante, se esperava...), não eram usadas como tal, e sim, para causar balbúrdia, e se tornaram inúteis para a ocasião, porque deveriam apenas serem usadas como um aviso para outras carruagens que poderiam ser guiadas desgovernadamente.

   A torre ainda era equipada com tecnologia direta: um simples botão; um sino também mecanizado (o que seria bem diferente se usassem esse instrumento). Não fariam com que o morador da torre, confuso, corresse por longos lances de escadas, para então perceber que é para a torre ao lado que fizeram o uso dessa trombeta tão perturbadora.
   Os condutores dessas carruagens poderiam no mínimo descer de seus luxuosos meios de transporte, andarem cerca de dois metros e pressionar esse botão, que ativaria o sino direcionado para a minha torre, e não a trombeta, que ecoava para todos os lados sem objetivo claro, e sem direção... fazendo assim serem ignorados diversas vezes por mim, fazendo com que me irritasse profundamente e que eu corresse de modo inútil até a porta; inútil como vocês, que usam essa maldita trombeta!”

“Se quer falar comigo, use a droga do botão!”

sábado, 6 de julho de 2013

"Escritor sem Voz"

Não aprendi muito bem a falar. Não me comunico com qualquer um, a timidez que cresceu junto comigo não deixa...
O modo que obtive para me expressar foi escrever.
Expressar pensamentos em palavras num papel é quase como falar. Não preciso dizer tudo aquilo que penso, mas preciso escrever...
Pagar psicanálise? Pra quê? Se tudo que preciso fazer é espantar as dores reprimidas em minhas entranhas... de uma mente cheia de fragmentos de pensamentos...
Muitos têm o dom da fala e, assim, o da expressão. O que me falta é essencial, pois não sei falar, mas sei contar uma história, e assim, tenho apenas um espaço numa estante, para quando quiser me ouvir apenas abra a primeira página... minha voz estará nela.
Sou apenas o expectador dos ocorridos; o observador solitário sentado no canto vazio preenchendo minha mente com imagens, como uma câmera em um ponto estratégico fazendo anotações mentais. Não do que vivi somente... pois nada gira em torno de um único indivíduo, mas sou o centro de tudo, porque o que enxergo está ao meu redor (assim como você é também o centro do que está ao seu)...
Os outros? São coadjuvantes da minha solidão e da minha falta de uma habilidade muito importante: a voz.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Revista "Toque de Ficção" #1

“Toque de Ficção” tem a proposta de reunir textos relacionados a diversos gêneros de ficção.
Com uma temática simples e fácil de ler, a revista transporta o leitor a assuntos
já conhecidos e que mexem com a imaginação de qualquer um.
Então... Sejam bem vindos ao “Toque de Ficção”.

Ganhe gratuitamente na compra de dois exemplares da
Saga Erick Turow

Visite a "Loja Virtual"

Registrado na Fundação Biblioteca Nacional
Todos os Direitos Reservados

domingo, 23 de junho de 2013

"No Ônibus"

— Você se interessa por livros? perguntou o rapaz no ônibus, ao ver o senhor que estava ao seu lado esgueirando seus olhos de sua leitura.
Mal leio jornal...
disse com certa tristeza.
Já é algo.
disse, contente pela resposta.
Sobre o que fala esse livro? continuou a conversa. 
É sobre um jovem rapaz que passa por alguns problemas em um mundo de fantasia...
Gosto mais da realidade... breve pausa. Acho que por isso prefiro jornais.
Entendo... Apenas disse.
Meu filho iria gostar de histórias assim...
voltou a puxar conversa depois de outra breve pausa. Ele gosta muito de super-heróis, filmes e coisas assim...
Acredito que iria sim...  
Fez uma pausa, pensando no que iria dizer a seguir.
Estou acabando a leitura... leve esse livro para ele.
Não, não... o livro é seu.

O livro é bom, mas dificilmente vou ler novamente, e minha estante, está um pouco lotada... Será um prazer dá-lo a seu filho.
Na parada do ônibus em seu destino, o rapaz fechou o livro e deu de bom grado ao senhor, que baixou os olhos, agradecido. E pensou contente consigo: Talvez eu forme um novo leitor...

"Espelho"


Há dias não olho para um espelho.
O que resta é uma imagem borrada na memória do que um dia já fui.
Reflexos no metal, só mostram um semblante obscuro daquilo que sou.
Acho que perdi a identidade...
Ou então: a preservando.
Só posso ver o reflexo dos outros nos meus olhos, não mais o meu...
Para que se enxergar?
Para que se mostrar?
Para que se revelar?
A imagem refletida é uma inversão da imagem exterior, ela não existe.
Materiais refletivos, materiais distorcidos...
“ Será que podem olhar através dos olhos dos outros e me verem? ”
Eu espero que não...
O que restou é o sentido, um sentido disforme do que meu rosto agora é.
“ Tenho que ao menos arrumar o cabelo, que a “cara” não tem mais jeito. ”
Como eu gostaria de quebrar todos os espelhos...
Não mais me ver, não mais ter me conhecido, mas nunca, nunca, me esquecido.
Uma identidade não é formada pela visão de si mesmo pelos seus próprios olhos.
Tão pouco na dos outros...
Não importa como me pareço...
Não importa como me vejam...
Ainda sei quem sou...

Saga Erick Turow

Olá, essas são as capas dos meus livros já publicados pela Multifoco Editora. São partes da Saga de Erick Turow, um jovem que em sua idade adulta, descobre ser um filho de deus. Misturando elementos fantásticos sobrenaturais e de ficção científica no nosso mundo atual, Erick Turow abre um novo modo de pensar sobre o consciente e o subconsciente.

Mais informações em:

www.italoposcai.com


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