sábado, 6 de julho de 2013

"Escritor sem Voz"

Não aprendi muito bem a falar. Não me comunico com qualquer um, a timidez que cresceu junto comigo não deixa...
O modo que obtive para me expressar foi escrever.
Expressar pensamentos em palavras num papel é quase como falar. Não preciso dizer tudo aquilo que penso, mas preciso escrever...
Pagar psicanálise? Pra quê? Se tudo que preciso fazer é espantar as dores reprimidas em minhas entranhas... de uma mente cheia de fragmentos de pensamentos...
Muitos têm o dom da fala e, assim, o da expressão. O que me falta é essencial, pois não sei falar, mas sei contar uma história, e assim, tenho apenas um espaço numa estante, para quando quiser me ouvir apenas abra a primeira página... minha voz estará nela.
Sou apenas o expectador dos ocorridos; o observador solitário sentado no canto vazio preenchendo minha mente com imagens, como uma câmera em um ponto estratégico fazendo anotações mentais. Não do que vivi somente... pois nada gira em torno de um único indivíduo, mas sou o centro de tudo, porque o que enxergo está ao meu redor (assim como você é também o centro do que está ao seu)...
Os outros? São coadjuvantes da minha solidão e da minha falta de uma habilidade muito importante: a voz.

Um comentário:

  1. Meu caro,ah se todos os mudos fossem como você, o mundo seria outro,repleto de expressão e pensamento. Mesmo que um dia morram os homens e com eles o sons gravados na memória, a sua voz e a de todos os escritores continuarão em folhas perdidas no tempo. Muito lindo seu texto...

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